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A taxa Selic foi reduzida para 3,0% ao ano. E agora?

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A taxa Selic foi reduzida para 3,0% ao ano. E agora?

 

Em sua 230ª reunião, o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, decidiu reduzir a Selic, a taxa básica de juros, em 0,75 ponto percentual, de 3,75% para 3,00% ao ano. Chega-se, assim, ao menor patamar histórico, dentro de um ciclo de 7 cortes consecutivos – o segundo no período de pandemia do novo Coronavírus.

 

O que representa esse patamar de juros para o investidor? Para responder a essa questão, precisamos primeiro levar em conta a mudança de cenário econômico e as expectativas daí decorrentes.

 

 

A função da taxa Selic

A taxa Selic é utilizada como referência por todo o mercado: para investimentos de renda fixa, custo de capital das empresas, empréstimos dos bancos, etc. Em uma situação de normalidade, o alteração da taxa básica visa o controle da inflação, e é a principal ferramenta da política monetária. 

 

Se o governo quiser conter uma tendência de alta inflacionária, aumenta a taxa de juros. O custo de tomar novas dívidas sobe, a rentabilidade de investimentos como a renda fixa aumenta, e as pessoas são estimuladas a poupar ao invés de consumir. Isso reduz a atividade econômica, o consumo, e a expectativa de alta dos preços é contida. É uma política monetária contracionista.

 

No caso oposto, ou seja, de economia desaquecida e inflação sob controle, pode-se utilizar uma política monetária expansionista. A taxa de juros é reduzida, o que torna os investimentos balizados pela Selic menos interessantes, ao mesmo tempo em que o endividamento fica mais barato. Os agentes são incentivados a consumir, o que por sua vez estimula a economia.

 

Depressão econômica?

Entretanto, atualmente vivemos em um momento de extrema turbulência. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os mercados sofreram quedas vertiginosas. O que era antes otimismo, chegando mesmo a certa euforia nas expectativas, transformou-se em incerteza e medo. O índice Ibovespa, depois de atingir a máxima histórica em 23 de janeiro de 2020, após o começo da pandemia caiu quase 40% em menos de um mês. Apesar uma tímida recuperação em abril, ainda acumula um resultado negativo no ano de mais de 30%. 

 

As projeções de PIB, que nas piores estimativas no começo da crise eram de crescimento zero para o Brasil, nas previsões mais otimistas atuais estimam uma retração de, no mínimo, 3% para 2020. A mais recente projeção oficial, feita no boletim Focus (de 04/05/2020), prevê queda de 3,76%.

 

Desse modo, a redução dos juros visa estimular a atividade econômica como um todo, dar liquidez ao mercado e impedir uma parada sistêmica. E o BC deixou sinalizada uma redução adicional, “não maior do que a atual”, para a próxima reunião. Ou seja, um corte de até 0,75%.

 

Como isso afeta meus investimentos?

Suponha um investimento que renda 100% do CDI, aproximadamente à taxa Selic. Considere agora o IPCA projetado para este ano, em torno de 2%. A taxa de juros real, isto é, a taxa que representa o ganho nominal descontado da inflação, fica em um patamar menor do que 1%. Posto de outro modo: depois de investir R$1.000 durante um ano, seu rendimento será de aproximadamente R$10!

 

A poupança, que rende 70% da Selic, tem um rendimento nominal (sem descontar a inflação) reduzido de 2,63% ao ano para 2,10% ao ano. Fundos DI, que investem em títulos do Tesouro, costumam render um pouco mais, mas além da cobrança de taxa de administração, sofrem incidência de Imposto de Renda de no mínimo 15% (prazo maior do que dois anos).

 

Os investimentos em renda fixa pós-fixados em geral, sejam eles Tesouro Selic, CDBs, LCIs, LCAs, etc., são os mais afetados, já que usam a taxa Selic como base de remuneração. Como exemplo, se um título rende 105% do CDI, como a mudança da Selic ele passa a render de 3,94% ao ano para 3,15% ao ano.

 

Nessa nova realidade, fica claro que os investimentos em renda fixa podem ser boas opções como proteção para o capital, mas são cada vez menos oportunidades para ganhos reais.

 

Oportunidades

Há um movimento natural dos investimentos da renda fixa para investimentos de maior risco, principalmente ações. As empresas conseguem captar empréstimos a taxas menores, reduzindo seus custos de capital, suas despesas financeiras e, como resultado, maiores lucros. Pode distribuir mais dividendos e aumentar seu valor no mercado.

 

O movimento de migração já é claro: mesmo com a queda expressiva no ano, o número de investidores na Bolsa já é superior a 2,4 milhões, 42% maior do que o ano passado. Só nesse ano, os investidores individuais aumentaram suas aquisições em R$34 bilhões.

 

O rendimento dos dividendos (relação dividendos pagos/preço das ações) do Ibovespa, em torno de 4,5% atualmente é maior do que a taxa Selic, atualmente em 3%. Lembrando ainda que os dividendos são isentos de Imposto de Renda para as pessoas físicas. Os fundos imobiliários também são favorecidos, por oferecerem dividendos superiores ao atual patamar da Selic (que também são isentos de IR).

 

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